Casa Grande de fortuna feita em Angola, vivia em Soeima
“Casa Grande”
Solar burguês
Um edifício construído no início do século XX, estilo colonial, mais conhecido por “brasileirismo”.
Júlio Manuel Pereira faleceu em 1951
Manuel Vicente FariaManuel Vicente Faria |
Exerceu funções de notário em Alfândega da Fé, tendo tomado posse no dia 17 de Junho de 1939. Mais tarde, casou com “Mariazinha”
Manuel Vicente Faria, nasceu no Montijo e faleceu em 1993
Funções de Notário em Alfândega da Fé em 17 de Junho de 1939
Formado em direito pela Universidade de Coimbra, em 1934
“Barão da Torre Zincada”Casado com Maria Leopoldina Pereira
Profissão: Cartório Notarial
Saída de Alfândega da Fé para Lisboa: 1963?
Natural: Montijo
Faleceu:1993- LISBOA
Filho: Luís (LUIZINHO) Faria na casa dos 60 anos, tem um filho, Tiago Faria, na casa dos 30.?
m v faria nasceu 16 de agosto 1908- alf fé 17 de julho 1939- 16 de agosto 1963? despedida?
À direita, Avelino Jaldim, um dos entusiastas da iniciativa.
LETRAS DAS MÚSICAS DO DR. FARIA
I
Nobre vila aos pergaminhos
Da tua excelsa nobreza
Podes juntar-te orgulhosa
Tendo do bem a riqueza.
II
Todos unidos, avante
Vê-de se há mais belo ideal
Se cantar o pranto a quem chora
É banir da terra o mal.
III
Ó que rosários infindáveis
De Avé-Marias, Pai Nossos
Nos olhos dos pobrezinhos
Beijando de longe os nossos.
IV
Viva a jornada do bem
Que em prol da pobreza é
Viva a nossa linda festa
Viva Alfândega da Fé.
DESPEDIDA
I
Esta vai por despedida
por despedida esta vai
que todos sejam felizes
esqueçam o que lá vai.
II
Nunca tive a intenção
de ofender com actos meus
por isso do coração
Adeus, Adeus!
III
Não é a minha esta terra que eu bem digo
quero-lhe tanto e não sei por que razão
ai as saudades que eu levarei comigo
mas vou-me embora e cá fica o coração.
IV
Deus permita que não se esqueçam de mim
e que me possam de vez em quando lembrar
que eu peço sempre para vós amigos meus
todas as bênçãos que o Céu nos pode dar.
V
Cantei convosco bailei
fomos sempre camaradas
o que sabia vos dei
com as mãos limpas lavadas.
VI
Vou-me embora mas soltando
este amargo grito aos Céus.
Creio bem que estão escutando
Adeus, Adeus!
HINO DO CARNAVAL
I
É Carnaval, raparigas brincai
e vós com elas, vá rapazes, rodai.
Enquanto é tempo, é que é aproveitar
cantai, cantai, bailai, bailai, até fartar.
II
Nós queremos ter muita alegria
em todas as casas folgar
e que haja por nós simpatia
nós só queremos reinar.
III
Venham todos ver nosso rancho
ao vê-lo qualquer um se espanta
a vida é sangue que passa
venham ver a graça
da gente que canta.
REFRÃO
Estalam foguetes
brilham serpentinas
falam de amores
“pierrots” e columbinas.
BAIRRO DO CENTRO
I
Somos do bairro do Centro
desta Vila o coração
que cantando o hino à vida
é a mais sublime oração.
II
Rapazes e raparigas
haja alegria pr’a longe o mal
canta e ria quem trabalha
sem desalento p’ró hospital.
III
Ó raparigas vossas magias
são um rebol
raras magias de estivais dias
sem pôr do sol.
IV
Rapazes todos folgar a rodos
hoje é que vale
só o bem desperta
a linda festa do hospital.
ADRO
I
Cá vai o Adro também na festa
é o mais alegre ninguém contesta
todo florido como um rosal
cá vai o bairro do hospital.
II
Não houve ainda obra como esta
festa tão linda, tão linda festa
é o mais alegre, ninguém contesta
cá vai o Adro, o rei da festa.
III
E dar aos pobres tudo o que consola
por entre risos e canções famosas
fazem esquecer o amargor da esmola
e fica-lhe a saber a pão de rosas.
IV
Novos do Adro como a luz do dia
em nossas almas juvenis canções
fazem esquecer o amargor da esmola
que nos aquece os nossos corações.
PORTELA (II)
I
Vem já de tempos passados
a fama de que a Portela
é alegre e dançarina
fagueira e ladina
sem nunca ser bela
II
Mas nem só cantos e risos
aqui se vêem passar
também sabe fazer bem
sem olhar a quem
hoje o vem provar.
III
E à noite depois da ceia
faz-se na meia, doba-se o linho,
no largo de fato novo
junta-se o povo nesse cantinho
IV
E ao som do realejo, troca-se um beijo
dança-se nela,
nas eiras, os namorados, apaixonados
eis a Portela.
PORTELA (I)
I
Portela garrida
trago em mim a vida
mais bela e mais sã
na minha alma pura
não há noite escura
é sempre manhã.
II
De sedas não visto
por isso resisto
do tempo aos rigores
nem jóias conheço
mas sei dar apreço
às mais raras flores.
III
Baila contente, ó Portela,
não tenhas medo a ninguém
quem disser que não és bela
não tem gosto ou não vê bem.
IV
Como d´aurora estival
as fulgurantes centelhas
são as alegres cantigas
das nossas bocas vermelhas.
CASTELO
I
Sou o solar da nossa terra abençoada
o berço heróico dos lendários cavaleiros
que pela fé e pela honra mais sagrada
um dia ergueram seus montantes de guerreiros.
II
E recordando nobre exemplo desde então
ouvindo do clarim o som de unir fileiras
nos lábios um sorriso aberto ao coração
aqui vão do castelo as pedras derradeiras.
III
Já não tenho ameias
nem tenho guaritas
as torres caíram
vieram desditas.
IV
Mas essa alma antiga
que o mundo assombrou
perdura intangível
e a alma ficou.
V
Se fizeres o bem
é nobre ideal
cá vamos também
dar ao hospital.
VI
E o nobre castelo
embora velhinho
sente orgulho em dar
também um poucochinho.